sábado, 7 de janeiro de 2012

Pássaro Vermelho3

"Da arte do desapego"

O pássaro vermelho rasga a azulidade. Canta jogando fora a dificuldade.

Do seu ninho, roubaram o amor,
do seu canto tiraram o sabor,
debaixo da sua asa, não há mais calor.

O pássaro vermelho rasga a virilidade. Chora jorrando os frutos não fertilizados

Do seu passo, furtaram o equilíbrio,
do seu faro, extraviaram o ritmo,
debaixo dos olhos, deixaram uma pausa.

O pássaro vermelho rasga a negridão. Fala forjando sua verdade.

Da sua falta sopra a desordem,
da sua ausência pinta uma árvore
debaixo da boca, mora um coracão marcado.

O pássaro vermelho voa. Pousa quando morto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário