sábado, 22 de janeiro de 2011

vento de batom

acordei sob um sopro de boca nova.
aos poucos fui abrindo os olhos ao sol.

no início de janeiro demos passos rumo ao encontro de dionísios, e essa semana abrimos o vinho e fomos ao palco. eu e mais quatro acompanhantes.

veio a lembrança, o nervosismo, a tensão, o prazer de tempos antigos, cumplicidades. voltando ao teatro... ideias novas brasadas pelas antigas.

e fui dormir, reencantado pela minha mais antiga e agora nova enamorada. uma arte perdida por mim e talvez a ponto de ser novamente reapropriada. ai! a minha teatro. na feminina, pois a desejo assim como as outras feminlidades que tanto me perturbam e estimulam.

rumos novos, cantos frescos, boca nova para degustar, morder, sangrar, molhar.

vento de batom
cheiro brisado de flor
sábado bom

notas de liberdade
a língua afiada
ondas de novidade

delícia, já chego
moro e morro no seu aconchego

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

indiferenciar ou dêerriar?

já aconteceu comigo e já deve ter acontecido com você.

havia uma história tempos atrás, em que hálitos eram flores, toques eram macios, olhares dançavam juntos. época com diálogos extensos, fogueiras acesas nas cavernas, nudez compartilhada, prato executivo para dois.

uma história a dois. e como toda história havia conflito. afinal, que é da ação sem conflito?

já não era mais a mesma rosa amarela. mas, tudo bem, não é assim? o mesmo perfume, a mesma cor? mas alguém não tem mais o amor. acontece. e agora? o que faremos, ou melhor o que fizemos?

o conflito pede movimento, pede atitude e em tempos diferentes eu ou ela cometemos um ato que hoje eu não apoio. o ato de não conflituar. o ato do silêncio, da ausência, de não atender ao telefone. ah, a indiferença. decisão de quê? não brigar? não discutir? melhor é calar?

melhor é sair pela porta dos fundos e deixar a chave embaixo?

mas há o outro lado. será que a ausência do diálogo, ou da dr, também não seria um "para bom entendedor meio silêncio basta?"

deixemos a história passada para trás, afinal são dias de carnaval. pode rolar um - você tem quase tudo dela...
e aí? como trataremos nossas rosas amarelas?

e você? dr ou indiferença? vai de qual?

domingo, 2 de janeiro de 2011

carinhar

solzão lá fora e o coração quente aqui dentro.

dia bonito, começo bonito. tava pensando em carinhar. carinhar é verbo, é ato, é autocontemplATO, é deixar um teco de si para o do lado.

diazão bonito. tava pensando em caminhAR. caminhAR é ver, é tocar, é respirar un tanto a mais que parado, é CAMAnoAR.

dia2 ainda com gosto de novoano. tava pensando em dOUvidar. dOUvidar é saborear, é misturar receitas, é dourar, é estimular, é do outro participar.

solzão aqui dentro, quente coração lá fora.

vou carinhar, a rede, o amigo ao telefone, a semana de um ano inteiro que começa amanhã, vou carinhar, cou caminhar, vou douvidar e na próxima esquina um pouco e tudo vou te dar.