terça-feira, 28 de dezembro de 2010

expectativas 2011

expectativas de um solteiro em 2011

1. voltar a fazer exercícios logo em janeiro.
2. alimentar-se melhor. muito melhor por sinal.
3. beber menos. ajudem aí amigos, sei que sou free lancer mas liguem menos no meio da semana para almoçar e beber... mas liguem menos, não é para deixar de ligar 100%... ai meu deus, não vai dar certo esse item...
4. emagrecer sem ansiedade. (só de pensar já fico ansioso).
5. arrumar a minha casa. mãe me ajuda?
6. cudar bem dos velhos amigos.
7. fazer novas amizades.
8. conquistas.
9. ganhar mais dinheiro que em 2010.
10. ter menos ressacas, intimamente ligado ao item 3. (bebe água pablo, bebe água pablo, bebe água pabloooo)
11. fazer um curta metragem e comecar a escrever o roteiro do longa.
12. voltar a atuar. necessidade séria!!! mas, pode ser feito com leveza, assim menos séria e provavelmente mais fácil de realizar.
13. escrever mais.
14. ler mais.
15. continuar de bem comigo mesmo, isso tem se consolidado do meio do ano para cá. bom isso.
16. continuar usando meus pedaços ora doces, ora indigestos como matéria prima de produção artística.
17. abraçar mais.
18. beijar mais...
19. zzzzzzzzz menos.
20. é isso.

feliz e intenso 11 para nós.

domingo, 26 de dezembro de 2010

3 atos de Natal

1

ele preparou a cena. cuidadoso e ansioso trocou as lâmpadas por de cor vermelha. à geladeira reservou vinhos de fortes notas em paladar e odor. trocou os lencóis azuis por texturas mais pertinentes. limpou o ar de nocividades e acendeu essências de sinceras boas vindas.

não demorou, a campainha tocou a primeira vez. - a porta está aberta. disse em tom de familiar convite. ela1 abriu e deslizou adentro. junto um vento quente dançando com a saia do vestido florido e longo. dois sorrisos se encontraram no meio da sala e a noite ficou insinuosamente mais escura. o abraço dele em torno do corpo esbelto e moreno sobrava em intimidade. ela1 conhecia aqueles gestos. - boa noite - boa. ele já dentro da sua boca.

pausa para beijo longo e molhado. com adjetivações e tempos definidos pelo (a) leitor (a)

2

era uma garrafa e algo mais depois, três dias de histórias e dez gargalhadas para cada quando a campainha tocou. - a porta está aberta. disse ela1 em tom de segredo.
ela2 abriu e rompeu com o óbvio. junto uma calça justa e camisa generosa em decote, caminhava e riscava com seus lábios ainda mais vermelhos que a luz da sala traçando novo desenho à cena. três sorrisos se encontraram no meio da sala e a noite aprendeu que escuridão nenhuma é definitiva. - boa noite. disseram-se. uma nova taça foi alçada.

3

algumas garrafas e alguns meios depois, pois agora não a razão para cálculos, eis a cena:

ele1, anfitrião, coração morno, imaginação fértil, toque forte, ora toque íntimo, olhar indecente, mãos curiosas, mordidas e palavras para ouvidos e lábios. sentado no meio. feliz por ser dono da casa, mas livre e desperocupado por não ser dono da situação.

ela1, em pele quase índia, cabelos longos, contos secretos espalhados nos olhos, gestos de fêmea ímpar, ponta do lábio sorridente dentro da taça, pés descalços e pernas esticadas sobre a cama, narradora de ideias, sopro morno na manhã fria, saborosa e ainda faminta.

ela2, pele contrastante branca com seus lábios de grandes carnes rúbras, intimidadores seios alvos em pontas róseas, sabor de novidade e desconhecido, olhos de sombras, trazia as unhas como facas para amansar as costas, pernas dobradas sobre a cama, mas sem a camisa que antes lhe apertava a inspiração.

e...

espaço aberto às imaginacões complementares do leitor (a).


p.s.
é um segredo a três, para ninguém mais, porém em blog onde realidade e fantasia nascem gêmeas, tudo me pode. 1 feliz 3 natal.

domingo, 12 de dezembro de 2010

lobos e flores


            acordei pelas rugas dolorosas dos músculos.   os olhos estranhando a luminosidade excessiva. com suas devidas razões. ontem o tempo da noite se estendeu e os sentidos aguçaram os sabores. o cansaço e a dor a fracos pulmões, frutos da batalha entre risos, uivos, danças e feridas.
            contento-me em saber que na minha toca acordo solitário e não precisarei olhar para outro e nem um uivo iremos trocar até eu conseguir levantar e aceitar o Sol.
fiquei mais tempo deitado, apertando as pernas sobe os braços querendo apaziguar a memória e suas idéias confusas. mas, a mente mais ardil e impiedosa que a esperança exibe o filme dos lobos e flores na noite de ontem.
            entre flores e lobos, em seus ritos de pólen, caça, sangue e prazer, muitos riscados dos galhos sobre as peles e muitos pêlos espalhados no ar atrapalhando o vôo das borboletas. tantos sons indefiníveis se ruídos ou cânticos. falas, na sua maioria sem palavras, mas ricas em gestos, atitudes e vontades.
            entre um e outro a mensagem de que presa é mais afiada, qual pode cortar mais fundo e quem sabe melhor usá-la. entre pétalas de cores e desenhos diversos, overdose em odores, artimanhas, abismos e verdades pintadas.
entre eu e a noite, a hipertrofia dos sentidos ofuscando a racionalidade, deixando a fera se divertir e sofrer, entre eu e o dia as manchas sobre a pele e os recados farfalhando a lembrança. a luta é feita de dor e prazer.
            entre meu lobo e eu, pauso, aproveitando a solidão tento ver outro prado, outra possibilidade em que meus passos não me tragam tanta dúvida, euforia, dor, insegurança e prazer atados numa noite. sinto-me fácil sonhar num passeio de um lobo solitário em meio a floresta selvagem, sem ofender e sim carinhando a grama sobe as patas. mas a realidade as vezes se opõem ao ideal. assim como a mente à esperança.
            respirar tem seu preço. morder também.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

esquentar os lençóis

tava relendo uns posts anteriores e me infeccionei com a quantidade de assuntos tristes ou deprês.

que é isso? hora de levantar a moral. chegando final de ano e as reflexões são inevitáveis? interrogação? isso. não me encontro refletindo muito não. aliás o momento maior de questionamentos foi a presença durante o 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. lá passei oito dias infectado de cinema e de tantas discussões.

foram dias de gargalhadas graças a phelipe cabeça e suas tiradas únicas, foram dias de debates entre a mente fértil de marcelo lordello e o grande terreno da minha, foram dias de orgulho escutando dona francisca falar pelos olhos e ouvidos de felipe peres, foram dias de inquietações pela decisões corajosas de felipe braganca e marina meliande, de alumbramento por serginho e cia agarrados nos seus personagens naquele céu sobre os ombros, foram noites longas nos apartamentos dos desconhecidos, foram inteligências nas vozes de maeve jinkings e leo (leonardo) lacca, foram dias de raiva, de inveja, de grandices e pequenosidades, de companheirismos novos e antigos. foram dias inesquecíveis.

no final, a vontade quente de regressar para casa e poder compartilhar com os amigos que me ajudaram a realizar meu filme e que sem eles essa experiíncia seria negada.

voltei. e como é bom rever, cheirar e beber meu recife velho. esse meu amigo, essa minha mulher, essa mãe crítica e orgulhosa.

voltei porque meus lençóis solitários ligaram e disseram que fazia frio. voltei para esquentá-los.