domingo, 26 de setembro de 2010

Entre louros e débitos

~ Soneto 35 ~

Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.
*William Shakespeare


Quando meu irmão era criança e eu adolescente ensinei e cobrei dele uma atitude específica. Faça o que achar ou tiver vontade de fazer. Mas, sempre assuma as consequências dos seus atos. 

Estou num momento de buscas, de muitas procuras. E nessa latência ando arriscando e pulando de algumas janelas. Soltando a verve, a voz, a fome, os desejos e medos. É um período de muitas atitudes, de crescente produtividade e auto e/ou alheios questionamentos. 


E nessa voracidade da minha volúpia os erros são constantes. 


E nesses erros, excessos, vitórias e derrotas. Ferimentos e feridas. Louros e débitos. Gostaria de não incomodar ninguém, mas é impossível. Perdôem-me os feridos. Inclusive eu.


Não acho que vou conseguir mudar. Nem sei até onde quero mudar. Mas espero ser sincero com as pessoas ao redor e que elas decidam se entram na brincadeira ou me mandam pastar. 

Na insatisfação das minhas buscas o desejo leva ao movimento. O erro casado com o acerto até que o comodismo os separe. 


"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender".
*Alexandre Herculano

 *Tirei as frases da internete, não sei se são realmente desses autores. Caso não, cabem mais erros nesse blog.



:) que venha um domingo "vida lazer" pra mim. (Referência a uma fala do filme Viajo por que preciso, volto por que te amo, de Marcelo Gomes e Karim Ainouz).

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