sexta-feira, 22 de abril de 2011

dei-te o silêncio

lembrei-me de algo, finalmente, digno de retorno à escrita blogueira.

na verdade não se trata de um algo apenas, mas,  de algumas memoriedades.

em tempos de excessos turbinados por mídias sociais e suas imagéticas práticas destrutivas de retinas, em prol dos eletrônicos olhares, lembrei-me de silêncios.

silêncios fêmeos, como havia de ser nesse meu pequeno espaço. lembrei-me de saídas mute on. para isso, presuma, havia estados consolidados, ou situações em si, já que falaremos do fim (esse = saída).

vamos direto ao ponto, após tantas firulidades.

uma mulher de beijo doce, ideias luzes, personalidade frenesi, cujo toque minhas mãos viciaram alguns dias frequetaram meu cotidiano. tal qual, não será injusto a reclamação na sequência, pois, a falada, proporcionou o hábito e consequentemente incentivou a necessidade da repetição.

mas eis que algo erra. e não interessa discorrer sobre o erro e sim o após. e de uma lua para um sol não há mais ela. só um eu. 

o que antes era riso, reclamação, prazer ou raiva torna-se silêncio.









não ao telefone. não ao encontro, não às palavras, não há... e ai de mim se tentar entender. quanto mais peço o por quê, mais recebo sorrisos simplórios em forma de game over.

a partir dessa acima lembrei-me de outros silêncios que ganhei ao longo. e aponto minha revolta. finalizar, reiniciar, ou outro verbo, não reside nesses meu problema, mas sim na indiferença.

algumas pessoas apenas deletam. apagam delas as amizades, os amores, os encantos e/ou dissabores. eu discordo da porta na cara. sempre estive de ouvido para bocas falantes. mas, lembrei, com amargura mesmo, de eventos de pontes derrubadas, cordas cortadas e elevadores quebrados. recordei de histórias de esquecimentos e necessitantes de afogar o contato.

discordo. prefiro a briga, o amor, o respeito, a atração, a repulsa, a inimizade, a humanidade à indiferença.

para as indiferentes o recado: não se iludam,  pois guardo os contos. para as de vidas em convite e que me olham no olho o telefone e o homem é o mesmo.

2 comentários:

  1. o silêncio nem sempre é ausência. assim como o branco é a soma de todas as cores, o silêncio pode ser tantas palavras juntas que fica indizível. o idioma não pode captar.
    o silêncio, como ausência, deve ser mais difícil. mais intolerável.
    dar opinião, fazer-se entender. gostava disso. agora estou tentando aprender a calar. o silêncio, nesse caso, é um exercício.

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  2. Verdade... Silenciar é um exercício mtas vezes necessário. Ausência é diferente de indiferença... Indiferença não sente, não importa... Indiferença é o nada. Ausência é temporária, reversível. Uma ligação, um e-mail, um scrap, um chopp reverte. Indiferença é permanente.

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